sábado, 11 de dezembro de 2010

Dadaísmo

Da lama e do caos construí minha crença.
Vindo do mais escuro véu, da Pedra do Gênesi à Relatividade do caminho, como um cego que passa a enxergar os céus e as cores, fiz meu interno milagre.
Seria algo mais ilusório que achar-me a par do mundo?

Mundo meu, de lama e Relatividade.
Milagre.
Da pedra minha fiz o caos e o Gênesi.
Passa o ilusório que contruí, cego, a enxergar o obscuro véu interno.
Crença? Cores!
Achar-me a par...vindo dos céus...caminho.
Como seria? Mais?
Mas...

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Selo Sunshine Award

O blog Goiabada com Tijolo concedeu  ao Horizonte Alternativo o

Selo Sunshine Awards


Este Selo é uma iniciativa para aumentar a interatividade entre pequenos blogueiros =)


Há algumas regras para aceitá-lo:

– Colocar o logo no seu blog ou no seu post.

– Passar o prêmio para outros 12 bloggers.

– Incluir o link dos indicados no post.

– Informar aos indicados sobre o prêmio, deixando comentários em seus blogs.

– E, finalmente, compartilhar o link com as pessoas de quem você recebeu esse prêmio.



Agradeço ao meu amigo do Goiabada com Tijolo e indico o Selo Sunshine Awards a:

terça-feira, 27 de abril de 2010

O Ataque.

Um belo dia, acordei sobressaltado. Ouvi na rua passos estranhos, dezenas deles. Ameaçadores e decididos, arrebentaram meu portão, destruíram a placa onde se lia "lar, doce lar".
Corri à sala, na esperança de não ser nada realmente sério.
Deparei-me com as estranhas figuras, seres de face disforme e olhos rapinos. Fixaram olhar em mim, medindo-me dos pés à cabeça, invadindo meus pensamentos, devorando meus sonhos. Pela primeira vez senti o medo subir-me a espinha e percebi que o calor deixava meu peito.
Tentei falar, tentei gritar. Qualquer reação, porém, era impossível. Minha voz cessara, a força para gritar me faltara.
Passo a passo aproximaram-se e seu toque sobre minha pele era como a de mil adagas congeladas perfurando não a pele, mas a alma. Como se aqueles seres sem forma definida tocassem na verdade minha vida toda. Paralisei-me.
Tijolo por tijolo, destruíram minha casa, quebraram os móveis.
Minha família sumira e a foto do tempo de criança que antes ficava sobre a mesa, perdera a cor e o sentido.
Não durou mais que um instante, como o telefonema que dá a má notícia ou a palavra que põem fim a um grande amor.

Por fim, deixaram minha casa. Uma casa grande de mais agora que estava sozinho.
A comida, inútil já que não tinha fome, estragara. A água, desnecessária já que a sede mudara, também secara.

Saindo pela porta, notei que o dia estava cinza. As rosas que plantei no jardim foram esmagadas e todos os sentidos se perderam.

Assim notei que o mundo havia saído do lugar, algo havia mudado, que tudo que um dia quis, de nada agora me adiantaria.
Num súbito espasmo notei que ainda havia uma coisa dentro de mim, a única que os seres não haviam mutilado.
Com o que sobrou fiz tudo o que podia. Sentei-me aonde ficavam as rosas, tomei em minhas mãos a foto amarelada, acendi um cigarro e chorei.



Marco Ferreira.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Mar profundo.

O Mar profundo, secreto, singular.
Reaviva, suga a alma,
Hora calma, hora confusão.

Nas ondas, suas sereias.
No seu canto, a ilusão.
Tão suave, refrescante pele.
Me repele, enquanto me domina.
Me absorve, enquanto me completa.

O gosto doce,o paradoxo no sal.
Quando tão perto, toca o cenho,
Quando longe, estigma,
Saudade, meu mal.

Vem e devora meus sonhos,
Faz do seu o meu destino,
Desliga meus sentidos.

Mar profundo o teu olhar.
Um segundo, um descuido,
Tão perdido sem desejo de voltar.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Poesia Indiscreta n° 2

Queridos leitores, mais uma poesia. Devo avisar que, em breve, voltarei com as postagens de crônicas e reportagens.
Enquanto isso, o último escrito. Boa leitura!


Os dedos já não tocam a pele
A voz permuta os sentidos
Tão fugaz, o lábio, contorcido
Do sorriso à negação.

Dois lados do mesmo sentimento
A esperança gerada pela confissão
Mais um segundo,
Mais uma dose.

Banalmente, o medo retraído,
Finge não ter gosto, o beijo.
Evita a dúvida, duvida!
A surpresa, excitação.

Dois lados, só uma escolha. Será?
A concessão gerada pelo desejo.
Mesmo em segundo,
Mais que uma dose.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Sonho

Esse é bacana, vai pros posts prosados....boa leitura!



Noite funda, já não sei se o sono me confunde ou se é palpável o perfume que invade minha mente.


Com a mesma pele que me incendeia as vontades, delicadamente acaricia meus cabelos e me acorda com a voz que, mesmo ouvida por acaso, permeia meus ouvidos e se faz mais presente que qualquer sinfonia.


Tomo-lhe as mãos e roubo-lhe da boca o sumo, meio fel, meio doce, que há dias vem tirando o sabor das frutas e dos vinhos.


Minhas mãos deslizam sobre seu ventre desnudo e sinto seu corpo, num eterno estremecer, fundir-se ao meu.


Fugazmente, toma-me o controle e me faz menino, eu, antes tão atrevido, me vejo como aprendiz de suas vontades, escravo de seus desejos vis.



E como o vento da noite que muda e some sem dizer adeus, foge e me faz tão ou mais sozinho que outrora e fico calado, sentindo-lhe o peso do corpo sobre o meu, que teima em me acompanhar.


Noite funda, já não sei se o sono me confunde ou se o engano foi meu.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Talvez...

Sem introduções monstruosas dessa vez, apenas algo que pensei hoje.
Boa leitura.



Chega, furta o tempo e a solidão
Desfaz o falso, muda o passo
E vai outra vez.

Do lado de cá, fico entre o antes e o amanhã,
Fujo e finjo não gostar,
Tento não ter o que temer.

De volta ao real - o que é real? -
Reflito e esqueço, espero não ser
Essa a coisa certa e procuro
O ponto certo, nesse ponto, você.

Apaga o fogo e molha em água fria meu desejo
Despoja a vergonha ou me encobre de vez
Que dos olhos eu tiro a dúvida
E já não sei se digo sim ou não.

Talvez.