quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Sonho

Esse é bacana, vai pros posts prosados....boa leitura!



Noite funda, já não sei se o sono me confunde ou se é palpável o perfume que invade minha mente.


Com a mesma pele que me incendeia as vontades, delicadamente acaricia meus cabelos e me acorda com a voz que, mesmo ouvida por acaso, permeia meus ouvidos e se faz mais presente que qualquer sinfonia.


Tomo-lhe as mãos e roubo-lhe da boca o sumo, meio fel, meio doce, que há dias vem tirando o sabor das frutas e dos vinhos.


Minhas mãos deslizam sobre seu ventre desnudo e sinto seu corpo, num eterno estremecer, fundir-se ao meu.


Fugazmente, toma-me o controle e me faz menino, eu, antes tão atrevido, me vejo como aprendiz de suas vontades, escravo de seus desejos vis.



E como o vento da noite que muda e some sem dizer adeus, foge e me faz tão ou mais sozinho que outrora e fico calado, sentindo-lhe o peso do corpo sobre o meu, que teima em me acompanhar.


Noite funda, já não sei se o sono me confunde ou se o engano foi meu.

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