segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Poesia Indiscreta n° 2

Queridos leitores, mais uma poesia. Devo avisar que, em breve, voltarei com as postagens de crônicas e reportagens.
Enquanto isso, o último escrito. Boa leitura!


Os dedos já não tocam a pele
A voz permuta os sentidos
Tão fugaz, o lábio, contorcido
Do sorriso à negação.

Dois lados do mesmo sentimento
A esperança gerada pela confissão
Mais um segundo,
Mais uma dose.

Banalmente, o medo retraído,
Finge não ter gosto, o beijo.
Evita a dúvida, duvida!
A surpresa, excitação.

Dois lados, só uma escolha. Será?
A concessão gerada pelo desejo.
Mesmo em segundo,
Mais que uma dose.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Sonho

Esse é bacana, vai pros posts prosados....boa leitura!



Noite funda, já não sei se o sono me confunde ou se é palpável o perfume que invade minha mente.


Com a mesma pele que me incendeia as vontades, delicadamente acaricia meus cabelos e me acorda com a voz que, mesmo ouvida por acaso, permeia meus ouvidos e se faz mais presente que qualquer sinfonia.


Tomo-lhe as mãos e roubo-lhe da boca o sumo, meio fel, meio doce, que há dias vem tirando o sabor das frutas e dos vinhos.


Minhas mãos deslizam sobre seu ventre desnudo e sinto seu corpo, num eterno estremecer, fundir-se ao meu.


Fugazmente, toma-me o controle e me faz menino, eu, antes tão atrevido, me vejo como aprendiz de suas vontades, escravo de seus desejos vis.



E como o vento da noite que muda e some sem dizer adeus, foge e me faz tão ou mais sozinho que outrora e fico calado, sentindo-lhe o peso do corpo sobre o meu, que teima em me acompanhar.


Noite funda, já não sei se o sono me confunde ou se o engano foi meu.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Talvez...

Sem introduções monstruosas dessa vez, apenas algo que pensei hoje.
Boa leitura.



Chega, furta o tempo e a solidão
Desfaz o falso, muda o passo
E vai outra vez.

Do lado de cá, fico entre o antes e o amanhã,
Fujo e finjo não gostar,
Tento não ter o que temer.

De volta ao real - o que é real? -
Reflito e esqueço, espero não ser
Essa a coisa certa e procuro
O ponto certo, nesse ponto, você.

Apaga o fogo e molha em água fria meu desejo
Despoja a vergonha ou me encobre de vez
Que dos olhos eu tiro a dúvida
E já não sei se digo sim ou não.

Talvez.