Meu peito é cantil de lágrimas.
Choro quando chove,
Ou meu peito escorre em choro
Que desagua nesse céu que sofre?
Queria entender o canto dessa vida,
A natureza desse laço entre eu e o mundo.
Esse mundo cego e surdo
Que não nota os amores, as dores
E os desejos de quem sofre.
Esse conjunto, sempre tão preocupado
Em ter e ser, do que em sentir.
Quisera minha voz ser assim tão intensa,
Que esse rouco e grave clamar
Despertasse as marés.
Sempre indo e vindo sem vontades ou desejos.
Essa massa.
Que esse ganido do animal que sou,
Que morre e vê morrer,
Sobrepujasse os votos de quem jura lealdade.
Embora já não sinta o meu humano,
Desejei de todo
Que se fizesse florescer essa vontade.
Que todo aquele que ama
Demonstrasse esse querer.
Que me fizessem belas trovas
E me acalentassem quando choro.
Entendessem que quando sorrio,
É quando mais preciso de alguém.
Marco Ferreira.
sábado, 26 de setembro de 2009
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2 comentários:
esta certamente eh a minha favorita! ;D
Lindo poema!
"Entendessem que quando sorrio,
É quando mais preciso de alguém."
- Estes versos são maravilhosos.
"Da janela, vejo o mundo,
Tão triste como eu.
Eu, no vazio do quarto,
Sinto a chuva que chora por mim."
(do meu poema "Noite de Chuva")
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