Minha cabeça lateja com lembranças de anos dourados.
De quando tardes de sol não eram feitas para quartos e salas de escritório.
Amizades eram eternas, casamento era para os fracos.
Nos sonhos, ainda lembro:
Dinheiro não era problema, os cigarros não acabavam e a vida durava para sempre.
Na estrada bifurcada, multiplicam-se os caminhos;
mesmo lado a lado, somente de linhas paralelas se fazem nossos passos.
Há tempos...um mês ou uma vida? - não sei ao certo- estar sozinho era algo coletivo e ficar junto era sentido até na solidão.
Todos os medos refletidos ou criados da mesma projeção.
Ágora de promessas e sonhos;
Agora, carro, cartão, fim do mês, preguiça.
Nesse meio termo, entre a saudade e a raiva,
Tenho a desagradável certeza:
Nada é para sempre, e os tempos que achei dourados
Eram a sépia de uma fotografia velha.
quinta-feira, 21 de julho de 2011
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